VIAGEM AO REINO DA RECONQUISTA |
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Denomina-se de Reconquista o período entre o século VIII e XV (1492) em que os reinos cristãos da Península Ibérica procuravam recuperar o controlo do território, dominado pelos árabes e batizado de Al-Andaluz. A invasão dos mouros dá-se no início do século VIII durante o Calificado de Omíada*, após anos de tentativas de entrada no sul da península. A origem da escalada do conflito não é consensual. Há quem atribua a invasão ao conflito interno que existia no reino visigótico, que constituía grande parte do território. Este conflito opunha duas fações que surgiram após a morte do rei Vitiza. De um lado estava o rei Rodrigo apoiado pela maioria da corte, e do outro Agila II, filho de Vitiza que se oponha ao sucessor do pai. Como vingança Ágila estabeleceu uma aliança com o governador muçulmano de África, Muça Ibne Noçair, para que este facilitasse a entrada das tropas muçulmanas em Ceuta. Noutra outra versão da história, ligeiramente mais romanceada, afirma-se que a invasão árabe resultou de uma vingança do Conde Julião, governador de Ceuta, que em resposta à desonra da sua filha, resultado dos avanços menos próprios do rei Rodrigo, permitiu a entrada dos mouros em território visigótico. A entrada das tropas árabes na península deu início à Batalha de Guadalete, em 711, resultando na derrota do visigodos e consequentemente a um período de conquistas e avanços por parte dos mouros, que apenas foram travados no norte da península (Astúrias) por Don Pelayo (Pelágio), em 722, na Batalha de Covadonga. Consequência da formação do Reino das Astúrias A Batalha de Covadonga viria a ser o primeiro passo para a Reconquista. O pequeno território conquistado por Don Pelayo aos muçulmanos foi denominado de Reino das Astúrias, com Cangas de Onís a ser a primeira capital do reino (posteriormente a capital passou para Oviedo e León). O movimento da reconquista neste território teve como protagonistas os reis Don Pelayo, Afonso I, Fruela I, Afonso II e Afonso III, que se revelaram verdadeiros exemplos de resistência, conquistando cada vez mais territórios aos muçulmanos e protagonizando históricos conflitos. Um exemplo destes confrontos foi o famoso saque realizado pelas tropas asturianas a Lisboa (território árabe) em 728, no reinado de Fruela I. O progressivo avanço das tropas cristãs resultou na criação de novos reinos (Reino de Portugal e Reino de Castela) impossibilitando a ocupação muçulmana no norte da Península Ibérica. O cariz cristão e a ideia da reconquista através da expansão da fé cristã em oposição à crença muçulmana surge apenas na época das Cruzadas em 1096, após quase metade da península ibérica ter sido reconquistada pelos reinos que se foram formando. Este conflito que durou cerca de oito séculos chega ao fim em 1492 com a tomada do reino muçulmano de Granada pelos reis católicos. Em Portugal, a reconquista terminou antes, em 1249, com a conquista da cidade de Faro pelas tropas de D. Afonso III de Portugal. *Regime monárquico islâmico de cariz imperialista e política expansionista. |
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6 de novembro | segunda-feira | ||
- 08h00 - Saída de Lisboa |
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Sons da Terra | Castelo de Marialva | |
Sons da Terra: Criado em 2002, o Centro de Música Tradicional Sons da Terra tem como objetivo a promoção e investigação da música tradicional no nordeste transmontano de Portugal. Apresenta um vasto leque de atividades - cursos de formação, organização de festivais, colóquios, conferências e concertos. O tratamento, catalogação e disponibilização de recolhas sobre as tradições transmontanas, através de um conjunto muito alargado de materiais (sons, filmes e documentação variada) é uma das suas principais vocações. Castelo de Longroiva: Habitada desde a pré-história é possível encontrar vestígios da passagem dos romanos, visigodos e árabes. A região foi reconquistada pelo rei de Leão, D. Fernando Magno e apresenta um dos melhores testemunhos de construções românicas, o castelo medieval de Longroiva. Classificado como uma das mais importantes realizações de arquitetura militar templária da Beira Interior, a sua torre de menagem, o único elemento original que ainda resta, data de 1174, ano relativamente precoce para o aparecimento deste tipo de construções no nosso país. Após pertencer à Ordem do Templo e posteriormente à Ordem de Cristo o castelo foi perdendo importância, resultando no seu abandono e consequente degradação. Nos anos que se seguiram passou a servir como fornecimento de pedra para construção e posteriormente o seu interior foi transformado em cemitério. O que resta do castelo está classificado como Monumento Nacional, os trabalhos de conservação permitiram que ainda subsistam partes das muralhas e a Torre de Menagem. |
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7 de novembro | terça-feira | ||
- 08h30 - Saída para Espanha |
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Museu de León | Catedral de León | |
Museu de León: Situado no centro de León, na Plaza de Santo Domingo, este museu beneficia de uma localização estratégica entre o centro histórico e a parte moderna da cidade, sendo um dos espaços históricos mais visitados, tanto pelo seu espólio, como pelas atividades que oferece. Inaugurado em 1869 teve como primeira sede o Convento de San Marcos, em 1987. Uma de suas principais funções é fornecer uma visão abrangente da história, cultura e património do seu território de referência (província de León) através de bens de domínio público adquiridos no campo da arqueologia, história da arte e etnografia. Dispõe de uma privilegiada vista sob a cidade, apresentando-a como uma “peça” de arte integrante nas suas coleções. Catedral de León: Uma das mais históricas e emblemáticas catedrais góticas de Espanha, este é o monumento mais visitado na cidade. Construído no século XIII, este edifício gótico de estilo francês (fazendo lembrar a famosa a Catedral de Notre Dame) foi edificado sob as ruínas de antigas termas de origem romana. Pórticos esculpidos, vitrais com figuras religiosas, gloriosas rosáceas, esculturas de grande beleza, como a Virgen de la Esperanza e ainda um dos mais antigos coros de Espanha, são alguns dos impressionantes elementos arquitetónicos que compõem esta catedral. As suas origens remontam ao século X. Conta-se que o recém-nomeado Rei de León, Ordoño II decidiu, meses antes de uma vitória contra os árabes na batalha de San Esteban de Gormaz, construir, como um gesto de gratidão a Deus, a primeira basílica na cidade. |
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8 de novembro | quarta-feira | ||
- 09h00 - Visita a Oviedo (Catedral e Igrejas do Românico) |
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Catedral de Oviedo | Igreja de San Miguel de Lillo | Igreja de Santa María del Narranco |
Catedral de Oviedo: A Catedral de Oviedo tem origem na Basílica de San Salvador, mandada construída pelo rei Afonso II (791-842), sob as ruínas de uma igreja edificada em 765, no reinado de Fruela I e posteriormente destruída em 795 pelos árabes. Com o passar dos anos a Basílica de San Salvador foi crescendo acabando por “absorver” outras construções edificadas por Afonso II, como o palácio real e a igreja de Santa Maria. A capela palatina é a parte mais antiga do edifício. Apesar da transferência da corte para León foram muitas as doações feitas por sucessivos monarcas para a Basílica de San Salvador, reconhecido local de peregrinação durante a Idade Média. A construção da catedral é iniciada apenas no século XIV. O estilo gótico da nova construção acaba por prevalecer sob os vestígios do românico da basílica, no entanto a catedral caracteriza-se pelas várias influências arquitetónicas. A construção durou quase três séculos, sendo concluída no século XVI. Monumentos pré-românicos Termas Romanas de Campo Valdés: As ruínas das termas romanas de Gijón foram inseridas num museu em 1995. Esta construção localizada no coração da cidade, perto da costa, foi concebida, tendo como principais objetivos a preservação, investigação, divulgação e apresentação didática dos vestígios recuperados em escavações arqueológicas. O museu apresenta-se dividido em duas áreas: a seção introdutória, com projeção de textos e imagens, oferece uma visão completa das termas romanas, a sua história e funcionamento dos banhos públicos em Gijón; e a seção onde se encontram os vestígios arqueológicos, em que percurso é realizado através de uma passagem que reproduz a circulação interna nas termas, onde se pode observar as suas divisões originais. Os vestígios arqueológicos em exposição permitem ao visitante conhecer as técnicas de construção, a vida quotidiana, assim como flora e fauna do deste período da história. Cangas de Onís: Município da comunidade autónoma das Astúrias, no norte de Espanha, destaca-se pela riqueza do seu património natural, histórico e cultural. A cidade de Cangas de Onis foi capital do reino das Astúrias até 774. Foi aqui que Don Pelayo se estabeleceu, encabeçando o único foco de resistência ao poder muçulmano no norte de Espanha depois do desaparecimento do reino visigodo. A região foi palco de uma batalha decisiva para o período da Reconquista. Em 722, Don Pelayo derrotou as forças muçulmanas na Batalha de Covadonga, consolidando o poder e prestígio que lhe permitiu formar o primeiro reino cristão depois da derrota dos visigodos. Mais de 2.000 hectáres da região pertencem ao Parque Nacional de los Picos de Europa, a beleza natural com que brinda o visitante é simplesmente excecional. É dentro da área do parque que se pode visitar o conjunto monumental de Covadonga e os seus famosos lagos (Enol, Ercina e Bricial). |
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9 de novembro | quinta-feira | ||
- 09h00 - Saída para Covadonga e Lagos |
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Basílica del Santuario de Covadonga | Covadonga | |
O Real Sitio de Covadonga é o conjunto monumental que apresenta um santuário dedicado à Virgem de Covadonga (La Santina) e à Batalha de Covadonga. Aqui poderá visitar: Santa Cueva de Covadonga: Elemento central do Santuário La Santa Cueva é um pequeno santuário onde pode ser vista a imagem da Virgem de Covadonga e o túmulo de Don Pelayo e Afonso I do Reino das Astúrias. Segundo a tradição foi neste local que Don Pelayo e as suas tropas se refugiaram durante a batalha de Covadonga. Mosteiro San Pedro: Situa-se junto à La Santa Cueva. Habitado por uma comunidade católica, serve para o exercício de atividades de cariz espiritual. Basílica de Nossa Senhora de Covadonga: Desenhada por Roberto Frassinelli e construída entre 1877 e 1901 pelo arquiteto Federico Aparici e Soriano, apresenta um estilo neo-românico construído inteiramente em pedra calcária rosa. No Real Sitio de Covadonga pode ainda visitar-se um museu, a estátua de Don Pelayo, construída em 1964 e ainda La Campona, um sino com cerca de três metros de altura e 4000 kg, construído em 1900. |
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10 de novembro | sexta-feira | ||
- 09h00 - Saída para Parque Natural de Ponga nos Picos da Europa (Astúrias) |
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Ponte romana em Cangas de Onís | Parque Natural de Ponga | |
Parque Natural de Ponga: Situa-se no norte de Espanha, na área central da cordilheira Cantábrica entre o Parque Nacional dos Picos da Europa e o Parque Natural de Redes. Esta área protegida de mais de 20 hectares ocupa grande parte do concelho de Ponga, apresentando um forte relevo do qual se destacam montanhas rochosas e estreitos desfiladeiros. Fauna e Flora: O parque natural apresenta uma vasta quantidade de florestas. Aqui poderá encontra exemplares de: Taxus, Carvalho, Vidoeiro-branco, Bétula, Amieiro entre muitos outros. Relativamente à vida selvagem, esta área natural conta com a presença da maioria das espécies pertencentes à montanha asturiana. Mamíferos como o urso pardo, veados, cabra-montesa e o javali cantábrico ou aves como a águia-real, o abutre do Egipto ou ainda o Tetraz-grande cantábrico podem ser vistos e apreciados neste local. |
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11 de novembro | sábado | ||
- 08h30 - Saída do Hotel para Cantábria |
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San Vicente de la Barquera | Santillana del Mar | Museu de Altamira |
Santillana del Mar: Santillana del Mar é uma cidade localizada na costa ocidental. É popularmente conhecida por la villa de las três mentiras, devido ao ditado popular que diz que a região “ni es santa, ni llana, ni tiene mar”. Santillana del Mar pode não ser santa mas do seu património consta a Igreja de Santa Juliana, considerada a joia mais importante da arquitetura românica na Cantábria. Neste local pode ainda ser vista a magnifica Cueva de Altamira e as suas pinturas rupestres, exemplo de extrema relevância da expressão artística do homem paleolítico. Esta “Capela Sistina da Arte Rupestre” foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO, em 1985. Santillana del Mar pertence ainda à rede das Aldeias mais bonitas de Espanha. |
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12 de novembro | domingo | ||
- 09h00 - Visita à Catedral e Convento de Santo Esteban |
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Convento de Santo Esteban | Catedral de Salamanca | |
Igreja e Convento de Santo Esteban: Caracterizado como um dos mais importantes exemplares da arquitetura plateresca espanhola (estilo arquitetónico exclusivo do Renascimento espanhol), a igreja e o convento de Santo Estevão foram construídos entre 1524 e 1610, pertencendo atualmente à ordem dos Dominicanos. Situada na Plaza del Concilio de Trento, esta construção apresenta, para além do estilo plateresco (característico do Renascimento espanhol), traços de influência gótica e barroca. A sua fachada é inspirada nas galerias renascentistas italianas, a sua planta tem a forma de uma cruz latina e o retábulo é da autoria de José de Churriguera. No seu conjunto esta é uma das mais importantes obras do barroco espanhol. Foi no Convento de São Estevão que Cristóvão Colombo esteve hospedado quando visitou Salamanca em busca de apoio para seu projeto de viajar para as Índias, na direção oposta ao que até altura era conhecido. Anos mais tarde descobriu a América. Catedral de Salamanca: A Catedral de Santa Maria, conhecida também como Catedral Vieja, é uma das duas catedrais existentes em Salamanca. Fundada por Jerónimo de Perigord, primeiro bispo após a restauração da diocese de Salamanca, a sua construção remonta ao primeiro terço do século XII, tendo sido concluída no final do século XIV. Dedicado à Santa Maria, Virgen de la Sede, esta catedral apresenta influências do estilo românico e gótico. No seu interior é possível admirar o retábulo, trabalho elaborado entre 1430 e 1450, que retrata o ciclo de vida da Virgem Maria e de Jesus Cristo. As pinturas (da autoria de três irmãos Dello Delli, Sanson Delli e Nicolás Delli) são consideradas altamente avançadas para o período artístico da época. |
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