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No mês de Março preparamos para si quatro dias onde iremos visitar o planalto mirandês, aproveitando a ocasião para conhecer a vida e obra do escritor Trindade Coelho e ainda todo o misticismo que está por trás da Capas de Honra Mirandesa. De 9 a 12 de Março iremos levá-lo/a a visitar recônditos lugares em Miranda do Douro e Mogadouro, conhecendo de perto terras e monumentos minuciosamente descritos nos contos e livros de Trindade Coelho. Entre os muitos monumentos serão realizadas visitas aos locais onde o escritor viveu e estudou. Iremos conhecer a casa onde nasceu (local onde seu pai tinha um estabelecimento comercial e onde havia uma janela com uma corda amarrada à torre do convento, uma história a não perder!), o Convento de São Francisco, o Castelo de Mogadouro e ainda a freguesia de Travanca. Porque esta viagem acontece por altura da Exaltação da Capas de Honras Mirandesas, o segundo dia do programa será inteiramente dedicado ao evento e que procura valorizar esta peça única do traje português e que este ano irá decorrer no dia 9 de Março em Miranda do Douro. Ao longo dos quatro dias de programa serão ainda proporcionados serões/tertúlias no centro “Sons da Terra” em Sendim, onde serão feitas diversas e a tradição da Capa de Honras. Iremos ainda visitar vários monumentos de grande valor histórico-cultural e contactar com a população local (gaiteiros). Nesta viagem iremos destacar o tipo de alojamento que, pela primeira vez, será em turismo rural. Prepare-se para usufruir de espaços verdadeiramente encantadores caracteristicos deste tipo de habitações. |
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9 de março | sexta-feira | ||
- 09h00 - Saída de Lisboa |
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Museu Amadeo de Souza Cardoso | Curral de l Tiu Pino | Hotel Rural La Tenerie |
Hotel Rural La Tenerie: "(...) No centro de Sendim, uma nobre casa do século XIX, adoça-se ao suave declive da velha rua, e nas traseiras, totalmente privado e secreto, um logradouro transmontano desmultiplica-se em todas as utilidades e deslumbramentos para olhos (...)". Curral de L Tiu Pino: "(...) Há algo de mágico neste agro-turismo L’ Curral de l Tiu Pino, quem cá vem apercebe-se logo disso. Não é por isto nem por aquilo … É POR TUDO! O visitante irá encontrar aqui um mundo novo, um mundo diferente, um mundo à parte, um mundo que se manteve esquecido e, por esse motivo intacto do exterior e protegido dos excessos e das confusões. Ficamos à Vossa espera porque por estas paragens até o Sol e o ar cura maleitas.(...)". Sons da Terra: Criado em 2002, o Centro de Música Tradicional Sons da Terra tem como objetivo a promoção e investigação da música tradicional no nordeste transmontano de Portugal. Apresenta um vasto leque de atividades - cursos de formação, organização de festivais, colóquios, conferências e concertos. O tratamento, catalogação e disponibilização de recolhas sobre as tradições transmontanas, através de um conjunto muito alargado de materiais (sons, filmes e documentação variada) é uma das suas principais vocações. |
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10 de março | sábado (Dia dedicado à vida e obra de Trindade Coelho) |
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Biografia de Trindade Coelho Nascido a 18 de Junho de 1861 em Mogadouro, José Francisco Trindade Coelho é descrito como um homem fiel às suas origens e um escritor orgulhoso das suas raízes transmontanas, as quais procurou partilhou através da sua escrita romântica e de especial doçura poética, característica que eternamente será sua. Em 1879, com apenas 18 anos, escreveu os seus primeiros contos – “O Enjeitado” e “Trovoada”. Foi também nesta altura que começou a publicar artigos com o pseudónimo “Cojo Elhose”. Após ingressar na Universidade de Coimbra (no curso de Direito) e reprovar no 1º ano (o que deu origem ao corte da sua mesada) torna-se sebenteiro, explicador e jornalista, colaborando em diversos jornais de Coimbra sob o pseudónimo “Belisário”. Durante o tempo que esteve em Coimbra fundou o jornal “Panorama Contemporâneo” e escreveu os famosos contos “O Sultão” e “Idílio Rústico”. Em 1884 casou com D. Maria Lucilla de Andrade Costa e um ano mais tarde nasceu o seu filho Henrique. Durante quatro anos permaneceu em Portalegre como Delegado do Procurador Régio. Nesse período publicou o famoso conto “Mãe”. Transferido para Lisboa em 1890, um ano mais tarde publicou o afamado livro “O Meus Amores”. Depois de uma breve passagem por África, retornou a Lisboa como Delegado do Procurador Régio, onde após a aplicação da lei contra os anarquistas sofreu alguns ataques por parte da imprensa. Após alguns anos dedicados à publicação de alguns contos e livros sofre o primeiro ataque de neurastenia, um transtorno psicológico causado pelo enfraquecimento do sistema nervoso central. Em 1908, aos 47 anos, suicida-se em Lisboa. Nesse mesmo ano é publicado o opúsculo “Cartas de Trindade Coelho”. Atualmente é considerado um dos escritores mais admiráveis da sua época. Autor que tinha o condão de escrever como quem fala, numa linguagem simples e de quem soube viver apaixonadamente cada instante da sua vida. - 09h30 - Visita à Biblioteca Municipal Trindade Coelho em Mogadouro |
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Biblioteca Municipal Trindade Coelho | Convento de São Francisco | Castelo de Mogadouro |
Exaltação das Capas de Honras mirandesas: Especula-se que a origem das Capas de Honras mirandesas remontem ao século IX ou X, ainda na era medieval, tendo influência da espanhola “capa de chiba”, que em português quer dizer “capa de cabra”. Originalmente usadas para proteger os pastores do frio transmontano, não é muita a informação sobre a sua história, havendo (até à data) apenas dois documentos sobre este tipo de capa, datados de 1819 e 1828 respetivamente. Confecionadas por artesãos da região, esta peça única do traje português e de grande valor etnográfico é feita de lã de ovelha (burel) e o processo da sua confeção pode demorar mais de duas semanas, revelando-se um trabalho de alguma complexidade. Atualmente realiza-se todos os anos um evento que pretende valorizar a capa de honras mirandesa, onde portugueses e espanhóis desfilam, envergando Capas de Honras Mirandesas e também Capas Alistanas. Esta iniciativa pretende valorizar este histórico património, aproveitando a ocasião para perceber o número de capas existentes e a sua antiguidade. |
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11 de março | domingo (Exaltação das Capas em Miranda do Douro) |
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-09H30 - Assistir à cerimónia da Exaltação das Capas de Honras |
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Capas de Honras | Gaiteiro | Arriba |
Biblioteca Municipal Trindade Coelho: Inaugurada no dia 10 de Setembro de 2009, o seu edifício foi projetado pelo arquiteto Victor Mogadouro, apresentando um estilo contemporâneo. A Biblioteca Municipal Trindade Coelho (BMTC) integra a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. O seu nome foi escolhido como homenagem ao escritor José Francisco Trindade Coelho. No seu interior preserva o espólio do escritor constituído por manuscritos, livros, revistas, jornais e recortes, fotografias, objetos de decoração, mobiliário e diversas peças de uso pessoal do escritor. A biblioteca oferece ainda diversos Espaços e Zonas (Secção Infanto-Juvenil; Secção de Adultos; Consulta Local; Leitura e Exposição de Periódicos; Zona de Exposições; Sala Polivalente; Cafetaria) sendo uma forte aposta cultural do município. Casa de Trindade Coelho: “Nasci no dia 18 de Junho de 1861, e devia ser sábado ou domingo porque era um dia de feira, e na minha terra, uma vilinha transmontana de origem árabe, a quase 1000 metros de altitude, as feiras eram então aos sábados ou domingos, e eram os dias mais alegres de Mogadouro, porque vinha povo de toda a parte. A nossa casa era mesmo defronte da feira, o meu pai tinha um estabelecimento comercial onde estava quando eu nasci, parece-me que por volta da tarde” in Autobiografia, 1902. Convento de São Francisco: A construção do Convento de São Francisco data do século XV, tendo a sua igreja sido edificada posteriormente, em 1689, por ordem de um nobre da família dos Távoras (D. Luís Álvares de Távora). Classificado como Imóvel de Interesse Público, o convento apresenta influências do modelo das igrejas jesuítas com uma fachada de estilo maneirista, embora atualmente esteja muito desvirtuado do seu traço original, uma vez que sofreu várias reconstruções, em virtude de dois incêndios que quase o destruíram. No interior da igreja destaca-se o altar-mor de influência maneirista, feito em talha dourada, com quadros sobre passagens da vida de S. Francisco que preenchem a parte das orações. O convento em si sofreu bastantes alterações devido às diversas funções que desempenhou após a extinção das ordens religiosa em 1834. Esta área reservada ao convento esteve fechada durante muitos anos, tendo sido demolida no início do século XX. Atualmente é o edifício dos Paços do Concelho. “No velho casarão do convento é que era aula. Aula de primeiras letras. (…) Já tinha principiado a aula quando a Helena entrou comigo pela mão (…) - Muito bons dias. Lá de casa mandam dizer que aqui está a encomendinha (…) A encomendinha era eu, que ia pela primeira vez à escola (…)” Trecho do conto “Para a Escola”, do livro “Meus Amores” de Trindade Coelho, 1891. Castelo de Mogadouro: As origens da sua construção não são consensuais. A primeira vez que aparece documentado é no século XII, quando Fernão Mendes, o Braganção, faz a sua doação aos Templários, sendo a torre de menagem também desse período. A partir do século XIV passa a pertencer ao Paço dos Távoras, Senhores de Mogadouro. No entanto, em recentes escavações efetuadas junto à atual igreja matriz foram detetados vestígios de ocupação que remontam à época romana, revelando o mais alargado potencial arqueológico do local, que aguarda um estudo mais aprofundado. Travanca: A Freguesia de Travanca é uma das 28 aldeias que fazem parte do concelho do Mogadouro. Fica aproximadamente e 22 km de Mogadouro e apresenta uma área de 20,46 km² e tem cerca de 172 habitantes. A agricultura é a principal fonte de rendimento da população, sendo as rendas, bordados regionais e a fiação de lã e linho valiosas peças artesanais desta tradicional vila transmontana. “ (…) É muito cheio de saudades esse meu tempo de Travanca (…) Levantava-me muito cedo, ainda de noite; e ainda estou a ouvir o sino que nos domingos de madrugada tocava à missa por alto, e a ver aquela grande igreja quase às escuras, só com as velas acesas no altar-mor, onde o Sr. Encomendado dizia a missa de alva…” in Autobiografia, 1902. “Hoje só desejaria ter uma fortuna modesta que me permitisse ir para uma aldeia e não tornar a sair de lá. Quase preciso de fazer um grande esforço para encarar o meu semelhante nestas paragens…civilizadas!” in Autobiografia, 1902. Igreja românica de Algosinho: De estilo arquitetónico romano a sua fachada apresenta-se com uma estrutura simples, sem grandes pormenores decorativos, ressalvando a rosácea com a estrela de David. O interior da igreja caracteriza-se pela sua grande rusticidade. A capela-mor original perdeu-se aos longos dos anos, sendo substituída pela atual abside de influência barroca. As principais obras decorativas do interior datam do século XVI. No adro da igreja guardavam-se três estelas funerárias romanas, num conjunto de quatro estelas recolhidas em Algosinho, atualmente duas delas encontram-se no Museu das Terras de Miranda, onde integram o espólio do museu. |
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12 de março | segunda-feira | ||
-09H00 - Saída para Lisboa - Passagem por Foz Côa para ver as amendoeiras em flor - 13H00 - Almoço em Belmonte em Castelo Branco - Visita à Sinagoga de Belmonte |
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Centum Cellas | Antiga Judiaria | Belmonte |
Serviços | ||
A viagem incluí: Não Inclui: |
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